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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Um ser amor


Você veio inteiro
Veio como o dia
Livre como o vento
Numa tarde fria
Com o olhar brilhante
Brilho de diamante
Um coração quente
Feito um vendaval em mim
Varreu as nuvens
Da minha solidão
E eu
Me apaixonei perdidamente por você
Agora sou
Bem mais que sei
Um ser amor
Amar alguém
É viajar pra terra onde ninguém vai
Amar alguém
É deixar fluir os sentimentos
Ser capaz de amar
Amar simplesmente
Paula Fernandes

sábado, 28 de julho de 2012

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Metade



Oswaldo Montenegro


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca; 
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada 
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta 
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso 
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria 
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada 
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

domingo, 15 de abril de 2012

Nas nuvens




Mil Acasos

Mil acasos me levam a você
O sábado, o signo, o carnaval
Mil acasos me tomam pela mão
A feira, o feriado nacional
Mil acasos me levam a perder
O senso, o ritmo habitual
Mil acasos me levam a você
No início, no meio ou no final
Me levam a você
De um jeito desigual
Mil acasos apontam a direção
Desvio de rota é tão normal
Mil acasos me levam a você
No mundo concreto ou virtual
Me levam a você
De um jeito desigual
Quem sabe, então, por um acaso
Perdido no tempo ou no espaço
Seus passos queiram se juntar aos meus
Seus braços queiram se juntar aos meus

Mil acasos me levam a você
No início, no meio ou no final
Mil acasos me levam por aí
Na espuma do tempo, no temporal
Mil acasos me dizem o que sou
Ateu praticante ocidental
Me levam a você
De um jeito desigual
Quem sabe, então, por um acaso
Perdido no tempo ou no espaço
Seus passos queiram se juntar aos meus
Seus braços queiram se juntar aos meus
Skank

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.



Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 19 de março de 2012

Vó,
Essa vai para você!


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Desistir?
Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério.
É que tem mais chão nos meus olhos
do que cansaço nas minhas pernas,
mais esperança nos meus passos
do que tristeza nos meus ombros,
mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.



Cora Coralina

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Tudo de Bom


Luciana Mello
Que talento, que voz...
Seu show é realmente um presente que envolve e encanta.
Tudo de bom.
Por isso ai vai um gostinho do disco mais novinho - 6º Solo.

Tchau
Não quero mais brincar de esquecer
Meu coração ficou exausto
Cansou de tanto relevar
Tuas promessas não cumpridas
Palavras esquecidas
Não quero mais brincar de esperar
Meus sonhos todos despertaram
Cansaram de aguardar você
Em minhas noites mal dormidas
De ilusões fingidas
Tchau
Me deixa, eu to legal
Vai ser bem melhor assim
Eu mesmo cuidando de mim
Eu mesmo me amando, só
Eu quero ficar melhor
Eu quero te dizer
Tchau
Me deixa, eu to legal
Vai ser bem melhor assim
Eu mesmo cuidando de mim
Eu mesmo me amando, só
Eu quero ficar melhor
Por isso eu te digo
Tchau... tchau
Por isso eu te digo
Tchau
Por isso eu te digo
Tchau
Te digo tchau
Tchau.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Desejo de regresso

Cecília Meireles
Deixai-me nascer de novo,
nunca mais em terra estranha,
mas no meio do meu povo,
com meu céu, minha montanha,
meu mar e minha família.

E que na minha memória
fique esta vida bem viva,
para contar minha história
de mendiga e de cativa
e meus suspiros de exílio.

Porque há doçura e beleza
na amargura atravessada,
e eu quero memória acesa
depois da angústia apagada.
Com que afeição me remiro!

Marinheiro de regresso
com seu barco posto a fundo,
ás vezes quase me esqueço
que foi verdade este mundo.
(Ou talvez fosse mentira...)